16 de março de 2016
Governo lança plano para agilizar teste e benefícios para bebês com microcefalia
Oito meses após o início da epidemia de microcefalia que deixou o mundo estarrecido, especialmente por conta das suspeitas de que a síndrome é causada pelo zika vírus, transmitido por mosquitos, o governo federal decidiu se coçar. Nesta terça-feira,15, os ministérios da Saúde e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome lançaram programa para acelerar a identificação e o diagnóstico de 4.976 crianças com suspeita de microcefalia no Brasil, além de garantir o encaminhamento das famílias para obtenção de benefícios.
A ação consiste basicamente em repassar aos estados R$ 2,2 mil por caso suspeito notificado, para que as autoridades estaduais de Saúde façam levantamento de todas as ocorrências em investigação ou confirmadas de microcefalia. Os bebês deverão ser encaminhados para os serviços de reabilitação, até 31 de maio. O plano busca ainda oferecer às crianças e suas famílias proteção social e instrução para solicitação do Benefício de Prestação Continuada, no valor de um salário mínimo. A previsão é que sejam investidos R$ 10,9 milhões.
Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Castro, “este apoio adicional é um estímulo para os gestores localizarem as crianças, levá-las para fazer o diagnóstico e encaminhá-las para os serviços complementares, de saúde e de proteção social”.
A mãe do bebê Luiz Philipe, de Maricá, Pollyana Rabello, por exemplo, não teve orientação de nenhum órgão público. A Associação Pestalozzi, de Niterói, é quem tem tratado o bebê, de três meses, e orientado Pollyana. Ela deu entrada na agência do INSS de Maricá, solicitando o benefício, na semana passada. Mas, o INSS agendou para maio o dia da entrega dos documentos para que ela tenha direito ao benefício. Enquanto isso, Pollyana continua dependendo de doações para custear o tratamento do filho. Só de transporte entre Maricá e o Rio, a família gasta mais de R$100 por dia.
O Estado do Rio registrou 10.311 casos suspeitos de dengue este ano. Ninguém morreu vítima da doença. O número, divulgado pela Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria Estadual de Saúde, corresponde a um aumento de 146,5% em relação às notificações feitas no mesmo período de 2015: 4.182, segundo o mesmo órgão. No ano passado foram registrados 71.791 casos suspeitos da doença no estado, com 23 mortes.
Fonte: O Dia