31 de maio de 2016
OMS eleva para oito semanas período de sexo seguro após viagem a zonas afetadas pela zika
Segundo a OMS, homens e mulheres que regressem de zonas com transmissão local de zika devem adotar práticas de sexo seguro ou abstinência pelo menos por oito semanas após o regresso, prazo que será alargado para seis meses se durante essas semanas se registarem sintomas como erupção cutânea, dores articulares ou musculares ou conjuntivite. Numa atualização das recomendações relativas à prevenção da transmissão sexual de zika, vírus que está associado a má formações congénitas e microcefalia quando há infecção na gravidez, a OMS reconhece que não se sabe por quanto tempo o vírus sobrevive no sémen.
A organização cita o caso de um homem de 68 anos que regressou ao Reino Unido após uma viagem às ilhas Cook e em cujo sémen foi detectado o vírus 62 dias após os primeiros sintomas, o prazo máximo documentado. O primeiro caso de transmissão sexual de zika foi registrado em 2011 e até 19 de maio último registraram-se casos em dez países: EUA (três casos), França (quatro), Itália (cinco), Argentina (sete), Chile (oito), Peru (nove), Portugal (dez) e Nova Zelândia (11), Canadá (12) e Alemanha (13). A maior parte dos casos de transmissão sexual de zika são por via vaginal, mas em fevereiro os Centros norte-americanos para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) anunciaram o primeiro caso documentado de infecção de um homem por via anal.Em abril, um novo caso levantou a suspeita de transmissão através de sexo oral.
Até hoje, todos os casos conhecidos de transmissão sexual tiveram origem em homens que registraram sintomas da doença e a atividade sexual ocorreu antes, durante ou após o período sintomático. No entanto, reconhece a OMS, não se sabe se as mulheres ou homens sem sintomas podem transmitir o vírus por via sexual. Os casais ou mulheres que planeiem uma gravidez e vivam ou regressem de zonas com transmissão local devem esperar pelo menos oito semanas antes de tentar engravidar, para assegurar que qualquer eventual infecção foi debelada, e seis meses se o homem tiver registado sintomas da doença.
Fonte: Agência Lusa