13 de junho de 2016
Após caso de bebê com zika congênita e sem microcefalia, especialistas querem oftalmologistas nas maternidades
Pesquisadores da Fundação Altino Ventura defendem que todos os recém-nascidos, principalmente aqueles cujas mães passaram a gestação em locais com epidemia de zika, sejam submetidos a um exame oftalmológico completo ainda nas maternidades públicas e privadas.
Para estimular a visão o mais cedo possível, é fundamental o diagnóstico precoce adequado, o que é possível pelo exame oftalmológico completo. Através do procedimento, dilata-se a pupila do bebê e se examina a retina (camada mais interna do olho). “Ou seja, investigam lesões em nível de retina e nervo ótico, que leva todas informações captadas pela retina para serem processadas no cérebro. É muito importante que esse exame seja feito nas maternidades por oftalmologistas para que os estímulos sejam indicados e oferecidos o mais cedo possível a partir do momento que se detecta lesão ocular”, salienta Camila, oftalmopediatra.
Com a experiência que alcançou após já ter examinado 256 bebês com suspeita de microcefalia e com diagnóstico confirmado dessa má formação, a Fundação Altino Ventura (FAV) pretende agora quebrar o paradigma de que a existência da microcefalia nos recém-nascidos é pré-requisito para investigação de outros problemas que podem estar associados à exposição ao zika na gestação, como alterações neurológicas, problemas osteomusculares, auditivos e visuais. “Mesmos os bebês de mães que não tiveram sintomas de zika na gravidez devem ser avaliados com dilatação da pupila”, orienta Liana Ventura, presidente da FAV.
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