13 de junho de 2016
Não há base científica para adiar Rio 2016 devido ao zika, diz ministro
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse nesta sexta-feira, 10, que não há base científica para adiar os Jogos Olímpicos Rio 2016 devido ao zika vírus, explicando que temperaturas mais baixas e a menor incidência de mosquitos reduzem a chance de infecção pela doença em agosto, quando acontecerão os Jogos. "Não estamos considerando isso (o adiamento dos Jogos)", disse Barros em entrevista coletiva a correspondentes estrangeiros no Rio de Janeiro.
Não há consenso entre cientistas
No dia 27 de maio, um grupo de mais de 150 cientistas enviou carta aberta à OMS afirmando que a manutenção dos jogos no Rio seria "antiética". "Um risco desnecessário é colocado quando 500 mil turistas estrangeiros de todos os países acompanham os Jogos, potencialmente adquirem o vírus e voltam para a casa, podendo torna-lo endêmico", dizia o texto.
O principal risco, na avaliação dos pesquisadores, seria que atletas contraíssem a doença e voltassem para suas casas em países pobres que ainda não foram afetados pelo surto da doença. A OMS declarou que cancelar ou adiar os Jogos Olímpicos não vai alterar a disseminação internacional do vírus. O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) também afirmou que não vê razão para mudanças.
Outro grupo de cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) publicou um artigo que defende a realização da Olimpíada e da Paralimpíada no Rio de Janeiro. O artigo das duas fundações brasileiras foi publicado na última sexta-feira (3) na revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz e esclarece que, ao analisar os riscos de infecção de turistas durante o evento, é preciso considerar diversos fatores como a sazonalidade das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes. De acordo com o documento, há baixa incidência no mês de agosto, quando ocorrerá a Olimpíada.
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