29 de junho de 2016
Vacinas contra zika são testadas com sucesso em camundongos
Um grupo de cientistas do Brasil e dos Estados Unidos testou em camundongos, com sucesso, duas vacinas experimentais contra o vírus da zika. Os resultados da pesquisa foram publicados nesta terça, 28, na revista científica “Nature Communications”.Os cientistas testaram uma vacina com o vírus inativo e uma vacina de DNA - que utiliza apenas algumas das proteínas do vírus para estimular uma resposta do sistema imunológico contra ele - e ambas forneceram proteção total a camundongos suscetíveis ao zika.
De acordo com um dos autores do estudo, Paolo Zanotto, professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP), os resultados do estudo são animadores, embora ainda sejam apenas uma 'prova de conceito', isto é, uma demonstração de que é possível produzir uma vacina contra o vírus zika."O estudo é importante, porque demonstra que, a princípio, é possível vacinar contra a zika. É um estudo com camundongos, ainda em estágio pré-clínico, mas é uma notícia muito boa que tenhamos um modelo que mostra uma reação imunológica contra o vírus", disse Zanotto ao jornal O Estado de S. Paulo.Zanotto, que também é o coordenador da Rede zika - uma força-tarefa dos cientistas paulistas para estudar e deter a epidemia de zika -, coordenou a parte brasileira do estudo em conjunto com Jean Pierre Peron, também do ICB-USP. Nos Estados Unidos, o estudo foi coordenado por Dan Barouch, da Harvard University.
Segundo Zanotto, as vacinas forneceram proteção de 100% aos camundongos que, depois de vacinados, foram infectados e não apresentaram a presença do vírus no organismo, indicando que a infecção não progrediu.
De acordo com o cientista, os animais foram infectados com uma linhagem do vírus originária de Porto Rico e com uma linhagem que circula no Brasil, obtida a partir de um bebê na Paraíba. Nos dois casos, a vacina foi eficaz, induzindo uma resposta imunológica. Nos camundongos que receberam placebo, em vez das vacinas, houve infecção e a presença do vírus no organismo durou até seis dias. “Em seguida, os testes serão feitos com grandes roedores e depois com primatas não-humanos. A partir daí, são feitos inúmeros testes para avaliação da segurança e da eficácia da vacina e, se tivermos sucesso, começarão os estudos clínicos propriamente ditos", afirmou.
Fonte: Agência Estado Noticiário