11 de julho de 2016
Viva Maria: Médicos denunciam dificuldade de acesso a testes de zika
Viva Maria com Saúde hoje (7) comemora duas grandes conquistas relacionadas às mulheres mães de bebês com microcefalia: a primeira tem a ver com uma nova lei que entrou em vigor semana passada - o direito à licença-maternidade de seis meses para mulheres contratadas em regime CLT.
A segunda diz respeito a uma antiga reivindicação dos médicos infectologistas: desde ontem, 7, os testes para diagnosticar a infecção pelo vírus da zika passaram a ter cobertura obrigatória pelos planos de saúde, segundo resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A partir de agora, os planos devem assegurar os exames para gestantes, bebês de mães com diagnóstico de infecção pelo vírus, bem como aos recém-nascidos com má formação congênita associada ao zika. Esses são os grupos considerados prioritários para detecção de zika devido à sua associação com o risco de microcefalia.
Ainda de acordo com a resolução, três tipos de testes de zika passam a fazer parte do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde no Âmbito da Saúde Suplementar: o teste de zika por PCR, IgM e IgG. O teste PCR, ou de biologia molecular, consiste em multiplicar a quantidade de RNA do vírus na amostra coletada, ou seja, amplificar o material genético do vírus para que seja possível identificá-lo quimicamente. O teste molecular, apesar de ser preciso, é capaz de detectar a presença do vírus em um período muito curto de tempo: só até cinco dias depois do aparecimento dos sintomas. Já os testes IGM e IGG, ou testes sorológicos, são capazes de detectar anticorpos produzidos em resposta à infecção pelo vírus da zika. O IgM (imunoglobulina M) detecta anticorpos produzidos na fase aguda da doença e o IgG (imunoglobulina G) detecta se houve infecção anterior pelo vírus.
No programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, o médico infectologista de Salvador, Bahia, Antônio Bandeira, responsável pelo diagnóstico dos primeiros casos de infecção pelo vírus zika em Camaçari, na capital baiana, declarou-se ressentir da falta de gratuidade do PCR, que é o exame capaz de detectar o vírus no sangue das pessoas. Assim como Bandeira, a doutora Tânia Lago, professora da faculdade de medicina da Santa Casa de São Paulo, também questiona a resposta que o estado brasileiro tem dado à epidemia de zika, e alerta para a situação de vulnerabilidade das mulheres grávidas e mães de crianças com microcefalia.
http://radioagencianacional.ebc.com.br/geral/audio/2016-07/viva-maria-medico-denuncia-dificuldade-de-acesso-testes-de-zika