18 de julho de 2016
Morte de capivara traz de volta discussão sobre animais na Pampulha, MG
Na sexta-feira, 8, o Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais conseguiu a revogação da liminar que impedia que as capivaras mantidas em cativeiro fossem soltas na orla da lagoa. A liminar havia sido concedida em uma ação ordinária da PBH contra o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Segundo o MPF, na sentença, a Justiça Federal destacou que “a captura e a manutenção desses animais em cativeiro, sem um plano de manejo adequado, representa ofensa a um bem protegido por lei.(...) Antes de representar uma solução para um problema ambiental antigo, revela-se desencadeador de outro mais grave e imediato”.
Ainda de acordo com o órgão, um laudo técnico veterinário da Fundação Zoo-Botânica de BH comprovou que os animais viviam em péssimas condições ambientais. Informou ainda que elas atravessavam a terceira e última fase da chamada Síndrome Geral de Adaptação, causada por estresse crônico do cativeiro e que leva a esgotamento físico e psicológico. Segundo com a Fundação, as 52 capivaras foram levadas para duas áreas protegidas no Parque Ecológico da Pampulha, onde recebiam alimentação e tratamento veterinário, de acordo com suas necessidades.
Ao explicar as razões das mortes dos animais, a Fundação informou que as capivaras capturadas eram animais de vida livre, que deveriam ficar presas por um período curto de tempo. “No entanto, devido à questão da possibilidade de contaminação pela bactéria da febre maculosa, elas tiveram que ficar presas um tempo maior e não se adaptaram, ficando estressadas, o que culminou no óbito”, informou o órgão por meio de nota.
“(A captura) Foi uma decisão política e cruel que levou à morte lenta e dolorosa das capivaras”, lamenta o veterinário Leonardo Maciel, especialista em animais silvestres e presidente da Associação Bichos Gerais. Maciel considera que a morte das capivaras pode ser considerada um crime ecológico, mas acredita que dificilmente os responsáveis serão punidos. O veterinário pondera que a PBH foi alertada por especialistas de que a operação não teria benefício para a saúde pública.
Fonte: O Estado de Minas