28 de setembro de 2015
Aumento no número de casos não caracteriza epidemia de dengue
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), este ano foram notificados 54.268 casos suspeitos de dengue de janeiro a 12 de setembro. Se compararmos este número com de casos registrados no ano passado, o aumento é significativo – até o final de agosto de 2014 foram registrados 6.378 casos da doença e em todo o ano passado foram 7.819 registros da doença. No entanto, para uma análise sobre a situação da dengue no estado não basta comparar números de casos da doença.
Além de 2014 ter sido um ano com pouquíssimos casos, abaixo da média do estado, é preciso lembrar que a dengue se comporta de forma cíclica. Pelo fato de existirem quatro diferentes sorotipos, a alternância na circulação destes vírus pode ocasionar o aumento da transmissão. Sempre que há um tipo novo circulando, há um aumento. Mas o aumento registrado este ano não se compara ao de anos epidêmicos como o de 2002, quando foram registrados 300 mil casos.
Em 2015 o que se observa é um crescimento maior dos casos nas cidades do interior do estado. Os números, mesmo que bem maiores que os de 2014, não caracterizam uma epidemia. No entanto, isso não significa que o perigo esteja afastado. O risco de epidemias da doença é latente e, por isso, as ações de prevenção são tão importantes e dependem do empenho tanto do governo quanto da população.
Afinal, por ter hábitos domésticos, a maior parte dos criadouros Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e também da chikungunya e da zika, é encontrada dentro das residências. Na prática, isso significa criar e manter uma rotina para impedir que o Aedes aegypti encontre, dentro de sua residência, locais propícios para procriar. Com 10 minutos por semana é possível fazer isso.
10 Minutos Contra a Dengue
Com base nestes conhecimentos científicos sobre o ciclo de vida do Aedes aegypti e em uma bem-sucedida experiência de combate e controle da dengue em Cingapura, foi criada a campanha “10 Minutos Contra a Dengue”, com o objetivo de estimular a população a investir 10 minutos por semana na identificação e eliminação de possíveis criadouros de mosquito.
Pode parecer pouco, mas este intervalo é determinado pelo ciclo de vida do mosquito. Como este ciclo leva, do ovo até a fase adulta, cerca de 7 a 10 dias, se a verificação e eliminação dos criadouros forem realizadas uma vez por semana, será possível evitar o nascimento de novos mosquitos.