16 de fevereiro de 2016
OMS defende teste com mosquito transgênico e bactéria contra o zika
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou apoio a testes com mosquitos geneticamente modificados e com uma bactéria que infecta insetos como possíveis armas importantes para combater o mosquito
Aedes aegypti, transmissor de zika, dengue, chikungunya e febre amarela. A organização também destacou o potencial da liberação no ambiente de mosquitos machos esterilizados por irradiação e, para proteger reservatórios de água, mencionou o uso de peixes que se alimentam da larva do
Aedes aegypti como uma boa alternativa.
Na visão dos especialistas, ações como essa, aliadas à aplicação direcionada de inseticidas, foi o que praticamente eliminou epidemias de dengue e febre amarela entre os anos 1940 e 1960. Apesar de estimular as novas tecnologias no combate ao mosquito, a OMS ressalta a importância de continuidade dos métodos tradicionais de combate ao inseto. As informações são parte de um comunicado elaborado após uma reunião de um comitê especial de aconselhamento sobre controle de vetores (transmissores) de doenças.
Insetos estéreis
Ao recomendar mosquitos transgênicos, a OMS menciona o sucesso de testes que foram feitos com a tecnologia da empresa britânica Oxitec nas ilhas Cayman, mas não menciona estudos de campo realizados no Brasil. Os machos geneticamente modificados, estéreis, fecundam as fêmeas no ambiente e as impede de copular com machos saudáveis selvagens. A organização, no entanto, recomenda mais testes de campo e avaliação de risco para averiguar o impacto dessa nova tecnologia na transmissão de doenças.
Bactéria
A OMS parece particularmente favorável ao uso da bactéria Wolbachia como método inovador de controle. O comunicado cita dois tipos de patógeno antimosquito sendo usados. Uma das Wolbachias se dirige a suprimir a reprodução do mosquito. Quando machos infectados pela bactéria copulam com fêmeas, os ovos resultantes do encontro não vingam. Outra variedade mais comum de Wolbachia se destina a atrapalhar a habilidade dos mosquitos de passar adiante o vírus da dengue durante a picada, pois cientistas descobriram que insetos com a bactéria possuem carga viral menor.
No Brasil, um teste organizado pela Fiocruz já começou em três municípios do Rio de Janeiro. Nesse caso, a ideia é soltar um número relativamente pequeno de insetos com a intenção de infectar a maior proporção possível da população local de Aedes. O uso de peixes contra larvas do Aedes, diz a OMS, já começou a ser usado de forma piloto em reservatórios de água em El Salvador.
(Com informações de G1)