20 de janeiro de 2017
Hepatites virais: relatório da OPAS revela o tamanho da epidemia no continente americano
Cerca de 2,8 milhões de pessoas apresentam infecção crônica pelo vírus da hepatite B e cerca de 7,2 milhões pela hepatite C no continente americano. Dessas, três em cada quatro desconhecem que têm a infecção, o que pode levar a cirrose, câncer de fígado e até a morte se não for tratada a tempo.
Os dados são do novo relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), “Las hepatitis B y C bajo la lupa. La respuesta de salud pública en la Región de las Américas 2016”. O relatório, o primeiro relatório da OPAS sobre as hepatites virais, revela a enorme escala dessa epidemia silenciosa no continente.
Estima-se que as hepatites B e C são responsáveis por cerca de 125 mil mortes por ano, mais do que a tuberculose e a infecção por HIV. O relatório mostra que das 7,2 milhões de pessoas que vivem com hepatite C crônica na região, apenas 300 mil recebem tratamento, ou seja, 4%.
Além disso, estima-se que a cada ano, cerca de 65 mil pessoas são infectadas com o vírus da hepatite C. Embora novos tratamentos disponíveis tenham o potencial de curar cerca de 90% das pessoas infectadas e reduzir o risco de morte por câncer de fígado ou cirrose, ainda não são acessíveis a todos. Por conta do alto custo, apenas 19 países o financiam. O relatório também revela que, em 2014, 15 países da região realizaram aproximadamente 18.100 transplantes de fígado. A maioria deles, 82%, nos Estados Unidos.
A hepatite B pode ser transmitida de mãe para filho no momento do parto, entre outras vias. Mas a vacinação de todos os recém-nascidos pode prevenir a infecção em 95% dos casos, além de proteger as gerações futuras dessa infecção durante toda a sua vida. De acordo com o relatório da OPAS, todos os países da região vacinam crianças menores de um ano contra a hepatite B. Mas 31% não o fazem nas primeiras 24 horas após o nascimento – em desconformidade com o que recomenda a OMS.