26 de janeiro de 2017
Febre amarela: não há necessidade de vacinação de população de área urbana

Até o dia 24 de janeiro, o Ministério da Saúde registrou 438 casos suspeitos de febre amarela e 89 mortes. Natural que o número de casos, registrados em Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, São Paulo e Distrito Federal, deixe a população preocupada. Isso se reflete na busca por vacinas. Somente na Cidade do Rio de Janeiro, estima-se que tenham sido aplicadas cinco vezes mais doses de vacina no mês de janeiro do que a média. Mas será que a preocupação se justifica e que existe a necessidade de que toda a população seja vacine? A resposta é tão direta quanto segura: não.
“Obviamente a gente está vendo uma preocupação um pouco maior com o que está acontecendo porque está gerando uma procura nas unidades de saúde de pessoas para serem vacinadas contra a febre amarela, que neste momento não tem indicação vacinal”, comenta Luiz Antônio Teixeira Jr., secretário de Estado de Saúde. Ele ressalta que todos os casos registrados são de febre amarela silvestre e que não há registro de febre amarela urbana desde 41. “Não há a expectativa de que tenha uma febre amarela urbana. Se conseguirmos controlar na nossa fronteira, vamos evitar que haja casos da doença no estado”, afirma.
Os casos de febre amarela são classificados como silvestre ou urbano. O vírus transmitido é o mesmo, assim como os sintomas. A diferença é o mosquito transmissor. No caso da febre amarela silvestre, o transmissor é o mosquito do gênero Haemagogus. Na febre amarela urbana o vírus é transmitido pelos mosquitos Aedes aegypti.
“Nós não temos evidência da circulação da febre amarela no Estado do Rio de Janeiro. Nem, da febre amarela urbana, obviamente, no Brasil desde a década de 40; nem da febre amarela silvestre. Todo o estado faz parte de um cinturão que margeia a região costeira do país em que não há evidência de circulação da febre amarela”, garante o subsecretário de Vigilância em Saúde, Alexandre Chieppe.
Ele explica que o cinturão de proteção foi definido com base na presença do vetor, das características destas áreas. A população destas áreas, assim como quem vai viajar para municípios que compõem a Área Com Recomendação de Vacina definida pelo Ministério da Saúde – confira aqui quais são estas áreas – neste caso, a vacina deve ser tomada pelo menos 10 dias antes da viagem.
“Nossa preocupação é orientar a população a não fazer a vacinação indiscriminada nas regiões urbanas, o que pode fazer que tenhamos mais efeitos adversos do que benefícios com a vacina”, diz Luiz Antônio Teixeira Jr. Alexandre Chieppe completa que as vacinas utilizadas no Brasil são seguras e que não têm sido registrados efeitos adversos, mas que é normal que eles surjam quando há uma vacinação de massa.
De forma preventiva, o estado já recebeu do Ministério da Saúde 350 mil doses da vacina – sendo 250 mil para os municípios das Regiões Noroeste e Serrana, com o objetivo de criar uma região de bloqueio contra o vírus – e 100 mil para repor os estoques dos demais municípios. Além disso, já foi solicitado ao ministério outras 350mil doses para um estoque estratégico, caso seja preciso repor estoques, tantos nos municípios de bloquei quanto nos demais.
Esta semana a equipe da Secretaria de Estado de Saúde se reunirá com os municípios da região de bloqueio para definir como será feita a vacinação. A princípio, a ideia é que a vacinação seja feita em até seis etapas, começando pelas crianças. “Mas isso ainda não está fechado, vamos decidir com os municípios”, diz Alexandre Chieppe, acrescentando que a expectativa é de que a vacinação nessas regiões comece já no sábado.
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