23 de março de 2017
Dia Internacional de Luta contra a Tuberculose: união de esforços para a cura é tema do seminário
Vista por muitos como uma doença do passado, a tuberculose continua contaminando pacientes no presente, atingindo pessoas que estão no auge de sua vida produtiva. A cada 100 novos casos de tuberculose registrados no estado do Rio de Janeiro, 77 acontecem em pessoas com idades que variam de 20 a 59 anos, exatamente a faixa etária da população economicamente ativa.
Quando analisado apenas o grupo que vai de 20 a 39 anos, vemos que 45% dos pacientes estão nesse intervalo. Para ajudar a mudar esse cenário, a Secretaria de Estado de Saúde promove nesta quinta-feira (23/03), o seminário “Tuberculose: Unir Esforços para Curar”, reunindo representantes dos 92 municípios fluminenses, marcando o Dia Internacional de Luta contra a Tuberculose, celebrado nesta sexta-feira (24/03).
Em 2016, o estado do Rio de Janeiro registrou 11.469 novos casos de tuberculose, enquanto no ano anterior (2015) foram notificados 11.417 casos da doença no estado. A tuberculose atinge principalmente o sexo masculino, que representa 67% dos casos notificados, em média, a cada ano. O abandono do tratamento é mais um dos desafios enfrentados pela rede de saúde e pelas instituições de apoio ao doente. Em 2015, a cada 100 pessoas diagnosticadas com o bacilo, 12 não seguiram o tratamento até o fim. Além de não ficarem curadas, essas pessoas correm o risco de adquirir a forma resistente da doença, triplicando o período de tratamento necessário para a cura.
A transmissão da doença ocorre quando uma pessoa com tuberculose pulmonar, que esteja em fase de transmissão da doença, permanece por tempo prolongado em ambiente com pouca ventilação e sem entrada de sol, em contato com pessoas que não estão doentes.
- A tuberculose tem cura e o diagnóstico precoce é fundamental, tanto para o melhor tratamento para o paciente, quanto para reduzir a possibilidade de que mais pessoas sejam contaminadas: - A tuberculose tem cura e é fundamental que o diagnóstico seja precoce. O tratamento deve ser iniciado o quanto antes, para diminuir as chances de transmissão. A interrupção do tratamento pode levar ao retorno da doença, com uma forma já resistente - informou o secretário de Estado de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Júnior.
Os principais sinais e sintomas da tuberculose são a tosse (com ou sem secreção); cansaço excessivo; febre baixa, geralmente no final da tarde; sudorese (suor) noturna; dor na região do tórax; falta de apetite; emagrecimento; fraqueza e prostração.
- Toda tosse que durar mais de três semanas deve ser avaliada. O paciente deve buscar o posto de saúde mais próximo de sua casa, para encaminhamento ao exame de escarro. Caso ocorra alguma dificuldade, a pessoa pode entrar no site Rio com Saúde e informar o problema, que poderemos ajudar. O tratamento é feito na rede pública de saúde e é composto por quatro medicamentos diferentes, que são ingeridos juntos, uma vez por dia. O tratamento dura seis meses - explicou a gerente de Pneumologia Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde, Ana Alice Pereira Beviláqua.
A doença
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa, causada pelo Mycobacterium tuberculosis - Bacilo de Koch -, e afeta principalmente os pulmões, sendo também possível acometer outros órgãos e sistemas do corpo, como ossos, rins, meninges (membranas que envolvem o cérebro), etc. A forma pulmonar é a mais frequente (cerca de 89 % dos casos) e a responsável pela transmissão da doença. Ao final do tratamento, a pessoa está curada, mas já ao final da segunda semana, com poucas exceções, ela deixa de transmitir a doença. Para prevenir as formas graves da doença, é necessário imunizar as crianças no primeiro ano de vida com a vacina BCG. É importante também evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, mal ventilados e sem iluminação solar por tempo prolongado. A tuberculose não se transmite por objetos compartilhados, como copos, talheres e pratos.