05 de julho de 2017
Saiba mais sobre a meningite
Um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Assim é a meningite, doença que pode ser por diferentes tipos de agentes, seno os principais vírus e bactérias. No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica, ou seja, casos são registrados ao longo de todo o ano. No entanto, observa-se que as meningites bacterianas são mais comuns no inverno, enquanto que as virais acontecem mais no verão.
Em geral, a transmissão é de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. O que explica os casos causados por bactérias acorrerem mais no inverno, quando as pessoas tendem a ficar em locais fechados. Mas existe, também, a transmissão fecal-oral – ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes –, que é responsável por muitos casos de meningite viral.
Mas quais são os sintomas da doença? Como é o diagnóstico e tratamento? É possível prevenir? Para responder a questões importantes como estas a Agência Fiocruz de Notícias ou viu o infectologista pediátrico do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) Leonardo Menezes. Confira algumas das questões mais relevantes relacionadas à doença:
Sintomas
Os sintomas variam de acordo com a faixa etária. As crianças maiores de dois anos de idade apresentam, na maioria das vezes, cefaleia (dor de cabeça), vômitos, febre, dor, rigidez de nuca com ou sem manchas na pele. Nas crianças menores, os sintomas se apresentam de uma forma mais inespecífica, como sonolência ou irritabilidade intensa, choro inconsolável, recusa em mamar, febre alta, abaulamento de fontanela (moleira alta).
Diagnóstico
O diagnóstico da doença é feito a partir da suspeita clínica e confirmado através da análise do líquido cefalorraquidiano obtido, na maioria das vezes, por meio de uma punção lombar. O diagnóstico precoce reduz o agravamento da doença sobretudo nas formas bacterianas, em que a administração do antibiótico de forma precoce pode diminuir as complicações e a mortalidade.
Tratamento
O tratamento das formas virais se dá apenas com medidas de suporte e sintomáticos, enquanto, que a doença bacteriana necessita do uso de antibióticos, além da adoção de medidas de suporte: controle de dor, febre, náuseas/vômitos e suporte das condições vitais.
Prevenção
A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção. O calendário vacinal oficial brasileiro oferece vacinas contra meningococo do tipo C, Haemophilus Influenzae do tipo B, Pneumococo e Tuberculose. O serviço público oferece também a vacina para meningococo do tipo A, porém, essa opção só é utilizada em casos de surtos e epidemias por esse sorotipo. Existem as vacinas para meningococo dos tipos A, B, Y e W 135, contudo, só estão disponíveis na rede privada.
Existe também a possibilidade de prevenção com uso de antibióticos para os contactantes de casos de meningite por meningococo e por Haemophilus Influenzae. No entanto, esse tipo de abordagem deve ser dirigida e realizada pelas autoridades de saúde ou pelos serviços de saúde responsáveis pelos casos de meningite. Para as meningites virais, ainda não existem formas eficazes de prevenção.
Creches, berçários e escolas
Crianças de creches ou em fase de escolaridade são mais acometidas do ponto de vista epidemiológico. Isso pode se dar por vários motivos, desde um sistema imunológico ainda em formação e exposto aos novos agentes infecciosos de maneira mais prevalente do que o resto da população, até a convivência com outras crianças com as mesmas características em locais fechados e aglomerados.
Em estações como outono e inverno, em que os ambientes tendem a ficar fechados, a incidência de contaminação é ainda maior. Medidas simples, como lavar as mãos, não compartilhar talheres e alimentos, manter o ambiente limpo e os brinquedos higienizados, podem evitar o contágio, não só da meningite, mas também de outras doenças. Outra orientação importante é manter o cartão de vacinação das crianças atualizado.
Leia aqui a entrevista completa.