11 de julho de 2017
Estudo avalia potencial de urbanização da febre amarela
Qual a possibilidade de urbanização da febre amarela? Para responder a esta pergunta, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com o Instituto Pasteur, na França, realizou um estudo que aponta para o potencial de re-emergência de transmissão urbana de febre amarela no Brasil. Publicado na revista internacional Scientific Reports, o trabalho também contou com a colaboração do Instituto Evandro Chagas, no Pará.
Para isso, os cientistas mediram, em laboratório, a mediram a eficiência de mosquitos urbanos e silvestres do Rio de Janeiro quanto ao potencial de transmitir o vírus da febre amarela. Os dados apontam que os insetos fluminenses das espécies Aedes aegypti, Aedes albopictus, Haemagogus leucocelaenus e Sabethes albipirvus são altamente suscetíveis a linhagens virais tanto do Brasil, quanto da África. A competência vetorial dos mosquitos Aedes também foi verificada em Manaus e, em menor grau, em Goiânia. A capacidade de transmissão desses vetores foi confirmada ainda para a cidade de Brazzaville, capital do Congo.
Atualmente o Brasil enfrenta epidemia decorrente do ciclo de transmissão silvestre de febre amarela. No entanto, segundo os pesquisadores, é preciso estar vigilante sobre o potencial de disseminação do vírus por espécies urbanas de mosquitos. Os dados da pesquisa indicam que na hipótese de o vírus ser introduzido na área urbana do Rio de Janeiro por um viajante infectado, existem múltiplas oportunidades para o início da transmissão local.
Além de confirmar o potencial de transmissão da febre amarela nas diferentes regiões, o estudo aponta que a eficiência para propagar o vírus varia entre as populações de mosquitos. Entre os vetores urbanos brasileiros, os Aedes aegypti do Rio de Janeiro apresentaram o maior potencial para disseminar o agravo. Isso reforça a importância de medidas preventivas, como a vacinação e o controle vetorial.
Prevenção
Para prevenir o transbordamento da doença do ciclo silvestre para o urbano, o estudo ressalta que é essencial que as pessoas em contato com as áreas de mata onde há circulação da forma silvestre do agravo sejam imunizadas. Além disso, considerando o risco de introdução a partir de outros países endêmicos, a exigência de vacinação para viajantes que visitam as cidades brasileiras deve ser avaliada.
Além disso, eliminar os criadouros e controlar a proliferação do Aedes aegypti é outra medida importante para evitar a re-emergência da febre amarela urbana no Brasil. Medida que ajuda, também na prevenção e no controle da dengue, da zika e da chikungunya, já que as três doenças são transmitidas pelo Aedes.
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