02 de outubro de 2017
Câncer infantojuvenil: com diagnóstico precoce as chances de cura são de 80%
O câncer infantojuvenil é a principal causa de morte em crianças de cinco a 19 anos de idade. Aproveitando o momento, já que este mês marca a campanha Setembro Dourado de conscientização do diagnóstico precoce, é importante lembrar que, quando detectado no início, o câncer infantojuvenil tem 80% de chances de cura.
No Rio de Janeiro, desde 2005, a política de promoção do diagnóstico precoce da doença, chamada “Unidos pela Cura”, foi implantada de forma coletiva, associando três estratégias que permitem agilizar e monitorar o encaminhamento de casos suspeitos. Além disso, a cada dois anos, é realizado na capital, o Fórum de Oncologia Pediátrica cujo objetivo é trocar experiências e discussões sobre o câncer infantojuvenil e propor ações para a qualificação da rede de tratamento da doença.
Saiba mais sobre o câncer infantojuvenil:
Sintomas
Os sintomas do câncer infantojuvenil são similares a outras doenças da infância. Por este motivo, o diagnóstico requer atenção dos profissionais de saúde. Veja:
- Dores de cabeça, sobretudo se forem incomuns e contínuas, além de vômitos frequentes pela manhã ou com piora ao longo do dia;
- Perda de peso inexplicada, febre e sudorese noturna;
- Inchaço abdominal;
- Dores nos membros e inchaços sem qualquer sinal de infecção ou trauma;
- Caroços ou inchaços, especialmente se forem indolores e não acompanhados de febre – além de outros sinais de infecção;
- Palidez, dor óssea e hematomas ou sangramentos pelo corpo;
- Tosse persistente ou falta de ar;
- Alterações oculares: embranquecimento da pupila, estrabismo recente, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor do olhos.
Fluxo de encaminhamento
O fluxo de encaminhamento é formado por três eixos de trabalho que atuam de forma integrada e complementar.
O primeiro é denominado “sistema de informação”. Funciona como registro de todos os casos suspeitos encaminhados pela Atenção Primária com o Cartão de Acolhimento Unidos pela Cura. Este facilita a identificação da prioridade do atendimento no hospital e é a base para os registros dos casos no sistema informatizado que monitora o tempo de encaminhamento da criança e o desfecho do caso.
O segundo eixo é chamado de “fluxo”. Ao suspeitar que os sintomas apresentados podem ser câncer, o médico agenda uma consulta para até 72 horas em um dos hospitais polo de investigação. Se for diagnosticado câncer, a criança é encaminhada para um centro especializado para o início do tratamento. Em caso contrário, a criança volta para o acompanhamento na atenção primária ou é referenciada para o tratamento de outra doença.
O terceiro é a capacitação dos profissionais de saúde da Atenção Primária que recebem treinamento adequado para que possam diagnosticar precocemente o câncer. Educação, fluxo e informação são três eixos de trabalho que atuam de forma integrada e complementar. A gestão dos eixos é realizada pelo Comitê Estratégico composto por gestores do Sistema Único de Saúde, representantes dos serviços especializados e sociedade civil. Até hoje 1821 profissionais de saúde já receberam a capacitação.