06 de outubro de 2017
Com ajuda da vacina o tétano materno e neonatal foi eliminado nas Américas
A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS) declarou a eliminação do tétano materno e neonatal (TMN) nas Américas. A vacinação, aliada aos cuidados de higiene durante o parto e o pós-parto, foi fundamental para a região alcançar esse objetivo. O Brasil eliminou o TMN como problema de saúde pública em 2003.
Apesar da boa notícia o tétano nunca será erradicado, pois se trata de uma bactéria. A doença está eliminada, mas em se tratando do tétano se considera a eliminação como problema de saúde pública, pois atingiu-se um nível tão baixo de casos que isso é considerado aceitável. Um dos principais fatores que colaboraram para a redução de casos no país foi a adoção de medidas simples de prevenção, como a aplicação de vacinas.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, para gestantes, duas vacinas contra tétano. A dupla-adulto, que protege contra difteria e tétano, tem o esquema vacinal de três doses, de acordo com o histórico de proteção. Já a dTpa (difteria, tétano e coqueluche acelular) deve ser administrada a cada nova gestação, a partir da 20ª semana de gravidez. Além disso, o SUS oferta para gestantes a vacina contra hepatite B.
Pré-natal
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2015, a doença matou cerca de 34 mil recém-nascidos em todo o mundo, uma redução de 96% em relação ao ano de 1998, quando 787 mil crianças morreram por causa da infecção em seu primeiro mês de vida. O Brasil registrou a última morte pela doença em 2012. Para que a doença não volte a circular no país, o Ministério da Saúde investe na prevenção, com a realização do pré-natal.
O tétano neonatal pode ocorrer por quatro motivos: infecção do coto umbilical não cicatrizado do recém-nascido pela bactéria C. tetani, sobretudo quando o instrumento usado para cortar o cordão umbilical não está esterilizado; nascimento do bebê sobre uma superfície contaminada; falta de higiene das mãos da pessoa que realiza o parto; ou por alguns hábitos culturais de cuidados com o coto umbilical contribuem para os casos de tétano.
As infecções são evitadas com a adoção de boas práticas de higiene durante o parto e os cuidados pós-parto, além disso, a imunização das gestantes. O cuidado com coto umbilical é fundamental para a saúde do bebê. Um curativo bem feito, sem contaminação, com higiene não vai transmitir tétano. A vacina é importante justamente porque não serão 100% das pessoas que farão esses cuidados de forma adequada.
A vacina é a melhor forma de prevenção e alerta que é importante que as pessoas se vacinem contra o tétano mesmo na fase adulta. O reforço ideal é a cada 10 anos, para que esteja garantida imunidade protetora ao longo da vida.
O tétano materno e neonatal é a sexta doença eliminada nas Américas por conta da vacinação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já declarou que as Américas eliminaram a varíola, a poliomielite, a rubéola e a síndrome da rubéola congênita. No ano passado, o sarampo também entrou para lista de patologias que podem ser prevenidas com imunização eliminadas no continente americano.