08 de janeiro de 2018
Narguilé: dispositivo pode fazer mais mal até do que o cigarro
Você já deve ter ouvido falar em narguilé, mas sabe o que é? Também conhecido como water pipe, shisha ou Hookah, ele é um dispositivo para fumar no qual uma mistura de tabaco – esta mistura é feita com melaço e frutas ou aromatizantes – é aquecida e a fumaça gerada passa por um filtro de água antes de ser aspirada pelo fumante, por meio de uma longa mangueira.
Originário da Índia, o narguilé é parte também da cultura árabe e turca. No Brasil, o dispositivo é muito utilizado pelos jovens, que têm a falsa ideia de que a água filtra os compostos tóxicos da fumaça. Mas você sabia que o Narguilé pode fazer tão mal quanto o cigarro comum?
Isso mesmo! Para começar, a água não é capaz de filtrar todos os compostos tóxicos e cancerígenos. Além disso, o narguilé contem compostos tóxicos e cancerígenos, assim como os cigarros e outros produtos derivados do tabaco. A falta de filtro do narguilé leva uma quantidade maior de nicotina ao cérebro, ampliando o mecanismo da dependência.
Como se não bastasse, a exposição a esses compostos é maior uma vez que uma rodada de fumo no narguilé o fumante acaba inalando mais fumaça que nos produtos convencionais. Fumar o narguilé equivale a cem cigarros. Se um fumante pesado consome de três a quatro cigarros por hora, no narguilé esse consumo será 20 ou 30 vezes maior.
Outra questão diz respeito às as fontes de aquecimento geralmente utilizadas, como carvão e madeira em brasa. Quando queimadas elas liberam grande quantidade de compostos químicos potencialmente perigosos, como metais e monóxido de carbono.
Sendo assim, assim como acontece com o cigarro diversos tipos de doenças podem estar associadas ao uso do narguilé. Dependência física e psíquica, impotência, câncer de pulmão, câncer de fígado, câncer oral (lábios, língua, faringe) e doenças cardíacas são algumas delas.
Além das doenças causadas pela inalação da fumaça, o cachimbo de água ainda aumenta a chance de transmissão de doenças infecciosas, como hepatite, herpes e tuberculose, já que a piteira é compartilhada entre várias pessoas.
Não são poucos os riscos e nem a quantidade de pessoas expostas a eles. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao menos 212 mil pessoas fazem uso do narguilé no Brasil.
As informações da PNS foram comparadas com as da Pesquisa Especial de Tabagismo, feita pelo Ministério da Saúde em 2008. Os dados mostram que de 2008 a 2013 a proporção de homens fumantes na faixa dos 18 aos 24 anos que consomem narguilé subiu 139%, passando de 2,3% para 5,5%. Os adolescentes são os que mais são atraídos pelo uso do narguilé.
Quase um terço (27%) dos consumidores de narguilé faz uso do apetrecho semanalmente. Entre 13%, a frequência é mensal. Nos dois extremos, estão os 7% que fumam com o cachimbo diariamente e 53% que responderam fazer uso esporadicamente.