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10 de setembro de 2018
Setembro amarelo: a prevenção de suicídios é possível

Setembro amarelo: a prevenção de suicídios é possível

De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), em 2016 no Estado do Rio de Janeiro, foram registradas 576 mortes por suicídio (lesão autoprovocada voluntariamente), significando cerca de 3,4 suicídios para cada 100 mil habitantes em todo o estado. Deste total, 75% são do sexo masculino e as faixas etárias com maiores percentuais foram de 30 a 39 anos e de 40 a 49 anos, cada uma com aproximadamente 21% do total. A faixa etária dos adolescentes (10 a 19 anos) teve percentual de pouco mais de 6% e a de adultos jovens (20 a 29 anos) chegou a 16%. Entre idosos (60 anos e acima) o percentual foi de 22%.

Para cada suicídio é muito maior, e até mesmo difícil de estimar, o número de tentativas. Nos hospitais gerais com emergências e unidades de pronto-atendimento de todo o Estado do Rio de Janeiro as violências autoprovocadas (automutilações e tentativas de suicídio) são ocorrências cotidianamente presentes. Em 2017, foram registrados no sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), 3.500 notificações. Deste total, 70% foram do sexo feminino e a faixa etária com maior percentual foi a de 20 a 29 anos, com cerca de 25%. Os adolescentes (10 a 19 anos) são aproximadamente 27 % do total. Em mais de 30% das notificações houve relato de não ter sido a primeira ocorrência.

O número dessas notificações vem aumentando desde 2009, ano em que o estado passou a adotar a Ficha de Notificação de Violência Interpessoal/Autoprovocada nas unidades do SUS como instrumento não só de notificação, mas de organização dos serviços da rede para o seu atendimento. A notificação de tentativas de suicídio é imediata de acordo com Portaria MS/GM nº 204, de 17 de fevereiro de 2016, ou seja, deve ser feita em até de 24 horas para e realização de medidas de prevenção de mortes o mais rápido possível. A produção de informação acerca dos eventos de violência autoprovocada é importante não só para dar visibilidade ao fenômeno, mas para ampliar o conhecimento e reduzir os mitos, bem como criar e fortalecer as políticas públicas para que estratégias de prevenção efetivas possam ser implantadas.

Os números indicam um problema que não é só do estado ou do país. O comportamento suicida é um fato universal, sem fronteiras e afeta diferentes sociedades e culturas. Em 2002, a Organização Mundial de Saúde (OMS) já reconheceu esse fenômeno tão complexo como problema de saúde pública e lançou em 2014 seu primeiro relatório de prevenção ao suicídio (http://www.who.int/mental_health/suicide-prevention/world_report_2014/en/).

No Brasil, em 2017 o Ministério da Saúde lançou a Agenda de Ações Estratégicas para a promoção da saúde, vigilância e prevenção do suicídio no Brasil. O objetivo, estabelecer um rol de ações relacionadas a áreas fundamentais na prevenção do suicídio, como qualificação da informação, fortalecimento das ações de promoção da saúde, atenção às vítimas de tentativas e suicídio e seus familiares e ações de prevenção.

Prevenção

Há diversos fatores de risco a serem considerados em medidas de prevenção. Entre eles: tentativa de suicídio anteriores, histórico familiar de suicídio, depressão, transtornos mentais como esquizofrenia, transtornos de personalidade, migrações, isolamento social, bullying, desemprego, alcoolismo, perdas recentes, problemas familiares e condições clinicas incapacitantes como lesões desfigurantes permanentes, dor crônica, trauma medular e câncer.

Vem crescendo, no entanto, o esforço mundial para fortalecer e enfatizar a ideia de que a prevenção ao suicídio é possível. A contribuição deve vir de diferentes setores: governo, secretarias de saúde, de educação, de assistência social, membros da comunidade afetados pelo problema, pesquisadores e muitos outros.

Romper tabus e reforçar a importância de falar a respeito do tema suicídio com o acolhimento devido é uma ação que vem se construída no mundo todo. O Centro de Valorização da Vida (CVV), por exemplo, é uma associação civil sem fins lucrativos e que há mais de meio século realiza, de forma pioneira no Brasil, apoio emocional e prevenção do suicídio. Atende voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, por telefone, e-mail e outros meios eletrônicos durante 24 horas, todos os dias, sob total sigilo.

Desde o dia 1º de julho de 2018, foi alcançada importante conquista: a linha 188 foi estendida aos 5.650 municípios brasileiros de forma gratuita, 24 horas, todos os dias. Se você quer ajudar ou precisa de ajuda, pode entrar em contato com o CVV, por meio do site www.cvv.org.br ou da linha 188. Procure também os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Ambulatórios de Saúde Mental e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde), Emergência SAMU 192, UPA, Pronto Socorro e Hospitais.

Setembro Amarelo

A Associação Internacional de Prevenção do Suicídio (IASP) escolheu setembro como o mês para conscientizar sobre a importância de prevenção e a realização de ações com esse tema (www.iasp.info/wspd2018/), estabelecendo, em 2003, o dia 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. No Brasil, Setembro Amarelo é uma campanha que ocorre desde 2014, com o objetivo de alerta para a prevenção do suicídio, contando com o apoio do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Secretaria de saúde
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