04 de fevereiro de 2019
Estudo avalia ações de prevenção e controle da obesidade infantil
No Brasil, o excesso de peso e a obesidade vêm sendo registrados a partir dos cinco anos de idade, em todos os grupos de renda e regiões, sendo mais prevalentes na área urbana do que na rural. Isto é o que aponta o estudo Políticas de Saúde e de Segurança Alimentar e Nutricional: desafios para o controle da obesidade infantil, de Patrícia Henriques, Patricia Camacho Dias, Roseane Moreira Sampaio Barbosa e Luciene Burlandy, da Universidade Federal Fluminense (UFF); e Gisele O’Dwyer, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz).
Segundo as pesquisadoras, a infância é uma fase particularmente preocupante porque, para além das doenças associadas com a obesidade, o risco aumenta na idade adulta gerando consequências econômicas e de saúde, para o indivíduo e para a sociedade. Além disso, o estigma e a depressão podem prejudicar o desenvolvimento da criança, especialmente nas atividades escolares e de lazer.
Conforme relatado pelo estudo, há um consenso de que a obesidade é condicionada por fatores biológicos, ambientais, socioeconômicos, psicossociais e culturais. Entretanto, a sua ocorrência vem sendo predominantemente atribuída a um ambiente que promove ingestão excessiva de alimentos processados e ultraprocessados e desestimula a atividade física.
Neste sentido, as pesquisadoras ressaltam que a regulação da publicidade e comercialização de alimentos, especialmente para o público infantil, vem sendo objeto de políticas governamentais desde 2006, com elevado grau de conflito com o setor privado comercial, e obteve avanço significativo na proteção aos lactentes e crianças de primeira infância.
Segundo elas, desde 2007 foram estabelecidos acordos voluntários entre o MS e a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos para melhoria da composição de produtos industrializados, especialmente aqueles preferidos pelo público infanto-juvenil, com redução gradativa dos teores de açúcares livres, sódio e gorduras trans, mas os acordos para redução de açúcares ainda não foram definidos.
As pesquisadoras também enfatizam a regulamentação da rotulagem nutricional para garantir o acesso à informação ao consumidor e inibir a publicidade no rótulo. Esse tipo de regulação tem avançado no país, contudo ainda existem desafios quanto à qualidade das informações veiculadas e o seu potencial informativo.
Saiba mais sobre o estudo na Agência Fiocruz de Notícias.