26 de maio de 2014
Governo do RJ realiza o III Simpósio Estadual de Assistência Farmacêutica em Tuberculose
Quase 130 profissionais da área farmacêutica de 49 municípios do Rio de Janeiro estiveram reunidos nesta quinta-feira (22) no III Simpósio Estadual de Assistência Farmacêutica em Tuberculose. O encontro aconteceu no Centro do Rio e foi organizado pela Gerência Estadual de Pneumologia Sanitária e a Superintendência de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos, em parceria com Fiocruz e Ministério da Saúde. O simpósio teve como objetivo a atualização e qualificação dos gestores e profissionais de saúde das Assistências Farmacêuticas municipais, fornecendo informações referente a questões que envolvem o controle da Tuberculose e a logística de medicamentos.
O estado do Rio de Janeiro ainda tem uma das mais altas taxas de incidência de casos de Tuberculose do país, necessitando de esforços conjuntos das Secretarias Municipais de Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro para mudança deste quadro.
A Assistência Farmacêutica, por sua vez, é parte integrante e fundamental do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo uma área estratégica para resolubilidade da atenção e dos serviços de saúde. Para o tratamento da tuberculose é essencial a disponibilidade de medicamentos de qualidade, ações de promoção do uso racional do medicamento, cumprimento dos esquemas terapêuticos e adesão dos usuários ao tratamento. A inserção mais efetiva da assistência farmacêutica na programação, distribuição e dispensação dos medicamentos tuberculostáticos e nas demais ações de gestão e assistenciais dos programas municipais de tuberculose poderá promover o fortalecimento das equipes multidisciplinares e assim contribuirá para o cumprimento das metas locais de controle e tratamento da tuberculose.
E quando o medicamento não chega? - A realização do simpósio possibilitou que os profissionais debatessem sobre o desafio enfrentado nos últimos dias para contornar a desabastecimento pontual de um medicamento do esquema de tratamento da tuberculose, que ocorreu devido ao atraso de entrega por parte do Ministério da Saúde, que alegou dificuldade de importação do item. Foi discutida ainda a necessidade de aperfeiçoamento da logística dos municípios para otimizar e facilitar o acesso do paciente aos medicamentos.
Tuberculose - números - O estado do Rio de Janeiro apresenta hoje a maior incidência de tuberculose do país. De acordo com dados preliminares, o estado registrou 14.039 casos da doença em 2012 — em torno de 15% do total. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil é o 17º país com maior incidência de tuberculose entre os 22 de alta carga. Segundo a Organização Mundial de Saúde, para considerar a tuberculose uma doença sob controle, a taxa de incidência não deve ultrapassar cinco casos em cada 100 mil habitantes — atualmente, em todo o estado, a taxa é de 68,7 para cada 100 mil habitantes*.

Das notificações realizadas no estado do Rio (14.039) em 2012, 11.149 ou 79, 41% se referem a casos novos da doença. Rio também concentra a maior parte dos casos em pacientes que apresentam resistência à medicação usada no tratamento. Entre os 14.039 casos de tuberculose estado, 954 se referem a pacientes que retomaram o tratamento depois de abandoná-lo. De 2009 a dezembro de 2012, 33 municípios fluminenses diagnosticaram 551 pacientes resistentes. Não por acaso que o estado é o que apresenta as maiores taxas de incidência da doença. Segundo o censo de 2010 realizado pelo IBGE, o RJ concentra 96% de sua população em áreas urbanas e tem densidade demográfica de 368 habitantes por km², quando no Brasil a média é de 22,4 habitantes por km².
Sintomas e tratamento - Doença associada aos centros urbanos, a Tuberculose se relaciona à geografia e às condições de vida das cidades. O adensamento populacional e fatores relacionados à infraestrutura tornam os habitantes dos grandes centros urbanos mais vulneráveis à doença. O principal sintoma da tuberculose é a tosse, com ou sem catarro, por mais de três semanas. Quem apresenta esse quadro deve procurar uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico. O tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS.Deixar o atual quadro para trás depende de fatores sociais e da qualidade do atendimento na rede de atenção básica. A SES orienta o trabalho realizado nos municípios pelo Programa de Controle da Tuberculose. Há pacientes que entram para o cadastro do Bolsa Família, recebem cestas básicas do município e ganham café da manhã e almoço no restaurante popular local. O Governo do Estado concede Vale Social para que os pacientes obtenham gratuidade na rede de transportes e não tenham motivos para deixar de ir à unidade de saúde se tratar.